top of page

Bliss point: o que a indústria não conta


Veja se reconhece esta situação: você abre um pacote de batata frita ou de bolacha ou um macarrão instantâneo com molho pronto e….só consegue parar de comer quando não há mais nada. E, então, vem a sensação de culpa que não deveria ter comido tudo até acabar.

O que muitos não sabem é que este comportamento é o esperado pela indústria de ultraprocessados. Ela investe milhões de dólares por ano para chegar no produto irresistível para a maioria do público a que é destinado. Esses produtos hiperpalatáveis tem uma palavra em comum: bliss point. Pode ser traduzido como ponto de felicidade ou ponto de êxtase. E como funciona o bliss point? É a combinação de sal, gordura e açúcar que vai tornar um produto irresistível, que vai fazer com que o consumo seja compulsivo e sempre despertar o desejo por mais daquilo.

Nenhum alimento produzido pela natureza tem uma combinação assim. Se uma fruta tem mais açúcar, como uma banana ou tâmara, não terá tanto sal e gordura. Se tem mais gordura, como o abacate, não terá tanto açúcar e sal a ponto de te levar ao êxtase e querer cada vez mais.

A indústria estuda cada vez mais a química e física de nosso cérebro e nossas reações quando ingerimos esses produtos hiperpalatáveis e faz as combinações que vão nos levar ao ponto da felicidade.

Infelizmente, estudos publicados recentemente, no Brasil, mostram que houve um aumento do consumo de produtos ultraprocessados, uma diminuição do consumo de frutas, legumes e verduras, os produtos in natura e diminuição da atividade física, especialmente entre os jovens entre 18 e 24 anos. Com isso, a prevalência de obesidade neste grupo aumentou quase 90%. Veja o resumo do estudo aqui.

Um outro ponto a se lamentar é que carecemos de políticas públicas para desestimular o consumo destes produtos. Há diversos incentivos fiscais para estes produtos que chegam a custar menos que produtos in natura. O lobby dos grandes players do mercado é gigantesco e muitos financiam parlamentares que tratam do tema alimentação em nossas casas legislativas. Veja matéria aqui.

Então o que podemos fazer? Ler os rótulos dos alimentos que vamos comprar. A lista de ingredientes, mostra, em ordem decrescente, da maior para a menor quantidade o que compõem cada alimento.

Saiba como ler o rótulo neste artigo. E, se aparecem produtos com nomes estranhos, que você não tem em sua cozinha, desconfie. São aditivos alimentares para melhorar sabor, textura e durabilidade destes produtos. Além de outros nomes para açúcar e gordura.

Nós temos o poder da escolha. Nós podemos escolher o que vamos comer. E, também podemos optar por, sempre que possível, cozinhar em casa, envolver a família nesta atividade tão importante para nossa saúde e bem-estar. Melhorar nossas habilidades culinárias, experimentar receitas de hortaliças que estejam na estação. Então, esteja atento e faça boas escolhas alimentares.

Luz e paz.

Kommentare


Whatsapp 1_edited.png
bottom of page