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São iguais? O que você acha?



São iguais?


Gostaria de abordar algumas diferenças observadas em animais que são criados soltos, ciscando, em contato com o sol, com outros animais e interagindo com a natureza, daqueles criados em gaiolas, com ração produzida majoritariamente por grãos, sem interação, sem sol, sem ciscar, uma vida de engorda rápida para o abate.


Não estou condenando o consumo de proteína animal. Eu consumo, mas acredito que teremos que reduzir o consumo se quisermos ter um sistema sustentável.


Minha família, durante a maior parte de minha vida, teve um sítio, onde eram criadas galinhas soltas. Nós consumíamos essas galinhas e seus ovos.


Tudo é muito diferente do que usualmente encontramos na maior parte dos mercados, para quem vive nas cidades, ou seja, 84% da população no Brasil.


O sabor da carne, sua textura, cheiro, tudo é muito mais intensificado, saboroso e suculento.


E os ovos? Tem a gema de um amarelo vivo, quase laranja, as gemas são firmes, não se desintegram como os ovos de granja, pálidos e sem consistência.


Mas, para além das propriedades físicas, gostaria de comentar sobre algumas características nutricionais destas proteínas: um volume crescente de pesquisas científicas, apontam que a pastagem altera de forma substancial algumas características nutricionais da galinha e dos ovos, assim como da vaca e de seu leite.


Gramínias (pasto ao ar livre) tem grandes quantidades de betacaroteno, vitamina E e ácido fólico, E, esses nutrientes vão para os ovos e carnes que consumimos. A carne de animais criados soltos tem menos gordura que as dos criados em confinamento. São gorduras poli-insaturadas, muito mais benéficas para nossa saúde que as saturadas.


Os animais que se alimentam de pastagens têm ácido linoleico conjugado (CLA), que, de acordo com estudos recentes, pode ajudar na redução do peso e na prevenção do câncer. Este ácido não é encontrado em animais criados confinados e alimentados com grãos.


O mais importante é que animais criados em pastagens têm carne, ovos e leite com quantidades significativas de ômega-3, que são ácidos graxos essenciais e que têm com papel fundamental no crescimento e saúde dos neurônios.


Alguns estudos iniciais, que precisam ser aprofundados, sugerem que mulheres grávidas que recebem suplementos de ômega-3 durante a gestação, dão à luz bebês com QIs mais alto . Outros estudos indicam que crianças que tem dietas com baixo teor de ômega-3, tem mais problemas comportamentais e de aprendizado na escola.

Esses estudos são de 2004 feitos pela Sociedade para o Estudo dos Ácidos Graxos e Lipídios).


E, o ponto mais importante: com informação, podemos avaliar e decidir o que é melhor para nós, em termos alimentares. Estou muito propensa a, cada vez mais, adotar uma cadeia alimentar mais curta, consumir de produtores locais (hoje com a tecnologia, os produtores disponibilizam seus produtos da semana, você escolhe, paga e ele te entrega na sua porta), que não utilizam agrotóxicos e que tem um eco sistema em suas propriedades mais parecido com as condições originais do bioma, com policulturas, florestas, um solo mais resistente a erosões e que não se enfraquece com o tempo, que utilizam compostos orgânicos produzidos na própria propriedade para fins de adubação.

Enfim, produtores que têm uma preocupação legítima e genuína com as próximas gerações e que trabalham pelas beiradas, muito longe do gigantismo da indústria que prega um único sabor para todo o mundo.


Viva à diversidade!


Como você tem avaliado sua alimentação? Você já tinha pensado nisso antes?



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