Tragédias. Nas últimas semanas, nosso país foi tomado pela tragédia que assolou o Rio Grande do Sul: uma enchente que atingiu mais de 80% dos municípios e cujo prejuízo não pode ser mensurado pois as águas ainda não baixaram totalmente.
Muitas pessoas perderam tudo. O Brasil, de um modo geral, se mostra solidário e faz sua parte. Eu tenho familiares neste estado e conheço algumas pessoas que ficaram apenas com a roupa do corpo. É uma situação desesperadora.
Voltando um pouco no tempo, em 2020, poucas semanas antes do início da pandemia de covid-19, houve uma chuva muito intensa em São Paulo e muitos bairros encheram de água. O bairro em que moro foi um deles. Perdemos nosso carro na enchente. Poderia ter perdido minha família. Meu marido estava levando meus filhos para a escola quando as águas simplesmente subiram muito rapidamente. Eles deixaram o carro com a água na cintura e conseguiram voltar para casa.
Voltando a 2024, o pessoal do RS nem casa sobrou para voltar, tomada pela água e pela lama. Fora que, em alguns municípios, é a terceira enchente em menos de 1 ano.
Como empresária de um pequeno negócio local, tento fazer minha parte. A cada semana, faço uma doação com parte da receita de alguns produtos que faço para organizações que estão ajudando as pessoas e os animais. Vai levar tempo para reconstruir.
Muitos não vão querer ficar em suas localidades. Além da perda material, tem as sequelas psicológicas e emocionais de passar por uma situação de extrema vulnerabilidade, ter sua vida devastada e ver, alguns seres querer tirar proveito da tragédia, com saques, extorsões, roubos e violência, além daqueles que cobram preços abusivos por itens básicos como água.
O mais terrível é a politização da tragédia, com políticos já pensando nas eleições estaduais de 2026 e usando a pauta reconstrução como palanque político. Que estes sejam os maiores perdedores das urnas da democracia.
O que desejo enaltecer são as pessoas do bem, que estão engajadas em cooperar e auxiliar aqueles que perderam tudo. O que deve ser destacado é a mobilização de um povo já tão fragilizado, que tem um estado que arrecada muito e que retorna pouco, que gasta mau o nosso dinheiro.
Se cada um de nós fizer o que está ao nosso alcance, conseguiremos superar mais este enorme desafio. Certamente todo o país será impactado por esta tragédia, uma vez que o Rio Grande do Sul é o quinto estado em nosso PIB, com grande relevância na agricultura e pecuária.
Que continuemos com essa corrente do bem e aos aproveitadores, possamos dizer não no momento oportuno.
Luz e paz.
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